A rua, em torno, era ensurdecedora vaia.
Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
Uma mulher passou, com sua mão vaidosa
Erguendo e balançando a barra alva da saia;
Pernas de estátua, era fidalga, ágil e fina.
Eu bebia, como um basbaque extravagante,
No tempestuoso céu do seu olhar distante,
A doçura que encanta e o prazer que assassina.
Brilho... e a noite depois! - Fugitiva beldade
De um olhar que me fez nascer segunda vez,
Não mais te hei de rever senão na eternidade?
Longe daquí! tarde demais! nunca talvez!
Pois não sabes de mim, não sei que fim levaste,
Tu que eu teria amado, ó tu que o adivinhaste!
Chales Baudalaire
UM LUGAR PARA LIBERTAR O SENSO CRIATIVO, SEM RESTRIÇÕES AO ERRO, AO BANAL, AO TRISTE, AO AMOROSO, AO QUE ENRAIVESSE, AO QUE É BELO E AO QUE A MENTE PERMITE!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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