segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Real ou realidade, onde se perdeu?

Meu desejo, como harmonizar?
saber perder o que não tive,
cara a cara e firme encarar
a vontade de ser sempre livre.

Paro, percebo e começo a lista:
O berimbau calou, as ondas nem pensar,
meu bandolim vem por inercia,
quem domina é vontade de chorar.

Onde foram parar meus pertences?
Reviro todas gavetas e ruelas,
repenso quais foram os relances,
e tento lembrar o que fizera.

Será que fui roubado de mim?
levanta-te irmão que tombou,
incrédulo não retornou,
e cético acabou-se assim.

O pior é ficar sem o desejo,
e não se conformar com nada,
questionar tudo o que vejo
sem conseguir ir a batalha.

Não é que o ideal acabou.
Acho que foi a vida que mudou,
sem mais nem menos é diferente
e tudo que existia se desfez de repente.

Não sei o que fazer,
não sei mais conciliar.
O meu sonho de querer
ou atalho a abandonar.

Agora eu quero descansar,
olhar pra minha linda e ver
seus olhos grandes a me olhar
e não lembrar o que não posso ser!

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